Insolação, otite, micose. Problemas como esses são comuns no verão e é provável que você, ou alguém que você conheça, já tenha vivenciado alguma dessas doenças. Apesar da alta frequência, o fato é que ninguém merece ter as férias prejudicadas por essas condições. Por isso, neste post você vai saber como evitar as 5 doenças mais comuns do verão e, caso passe por alguma delas, como tratá-las da melhor forma.
1. Insolação
O que é? A insolação é uma condição que ocorre quando a temperatura corporal aumenta rapidamente, o mecanismo de transpiração falha e o corpo não consegue se resfriar. A explicação é da dermatologista Márcia Manozzo. Esse problema costuma ser causado pelo excesso de exposição ao sol e ao calor. Os sintomas podem surgir lentamente, como dor de cabeça, tontura, náusea, pele quente e seca (há pouco suor), pulso rápido, temperatura elevada, distúrbios visuais e confusão. Outros podem aparecer de repente: respiração rápida e difícil, palidez, temperatura do corpo elevada, extremidades arroxeadas e, eventualmente, desmaio ou coma.
Como prevenir? Anote as recomendações da Dra. Márcia: evitar permanecer sob o sol entre 10h e 16h; beber mais líquidos do que sua sede sinaliza; evitar o excesso de bebidas alcoólicas (elas provocam perda de líquidos); usar roupas leves e claras, de algodão; consumir alimentos leves, como frutas e verduras.
E como agir em casos de insolação? “O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente”, explica a médica. “Assim, remova o acidentado para um local fresco, à sombra e ventilado, retirando o máximo possível de peças de roupa. Se estiver consciente, deverá ser mantido em repouso e recostado, com a cabeça elevada. Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada ou, na falta desta, qualquer líquido não alcoólico. Se possível, borrife água fria em todo o corpo da pessoa delicadamente. Também podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e virilhas. Assim que possível, o médico deve ser consultado.”
2. Otite
O que é? Otite é uma infecção e/ou inflamação que pode ocorrer na parte externa ou na parte média da orelha”, explica o otorrinolaringologista Manoel de Almeida Marcon. “No verão, onde as pessoas costumam entrar em contato com piscinas e mar, é muito comum ocorrer a otite externa aguda, que envolve o canal auditivo externo.” O principal sintoma da otite é a dor no ouvido, agravada quando se toca a orelha. O paciente pode apresentar ou não diminuição da audição.
Como prevenir e tratar? Usar protetores auriculares ao mergulhar e secar as orelhas após o contato com a água são boas dicas para evitar o problema. O tratamento suspende por 5 a 7 dias a entrada na piscina e mar. O Dr. Manoel também diz que é recomendável proteger a entrada do ouvido com algodão com óleo Johnson’s na hora do banho. “Além disso, é prescrito o uso de gotas no ouvido com antibiótico e corticoide. Eventualmente, nos casos mais severos, necessita-se também o uso de antibiótico e corticoide via oral, além de analgésicos para alívio da dor.”
3. Intoxicação alimentar
O que é? Conforme a gastroenterologista Leonora De Zorzi Piccoli, intoxicação alimentar é a ingestão de alguma substância que, de alguma forma, agride o trato digestivo, principalmente estômago e intestino. Pode ser por meio de alimentos, agrotóxicos e até mesmo água não tratada.
Como evitar? “A melhor maneira de prevenir a intoxicação alimentar é higienizar bem os alimentos antes de consumir, usar água filtrada ou fervida e não abusar no consumo de frituras. Atenção ao consumo de frutas com casca: de preferência, descasque ou utilize um esterilizador de alimentos”, recomenda a Dra. Leonora. Outras dicas são manter os alimentos sempre refrigerados e tomar cuidado na hora de consumir alimentos feitos à base de ovo cru.
Já o tratamento da intoxicação se faz de acordo com os sintomas, incluindo medicação para dor e enjoo. “Muito importante hidratação com soro caseiro, isotônico ou água de coco. Se os sintomas não aliviarem em 2 dias, deve-se prosseguir com investigação”, afirma a médica.
4. Micose
O que é? Segundo a médica dermatologista Márcia Zampieri Marcon, micose é o grupo de doenças causadas por um parasita chamado fungo, que acomete a pele e mucosas. Ela pode atingir várias partes do corpo, mas é mais frequente em áreas de maior oclusão, como as dobras cutâneas. Mais comum no calor e na umidade, costuma surgir entre os dedos ou a planta dos pés, nas unhas ou na virilha.
Como identificar a micose? A Dra. Márcia ensina: “geralmente são placas na pele de cor avermelhada e descamativas, podendo causar coceira ou não. Nas unhas dos pés, a unha fica grossa, espessa, de cor branco-amarelada, às vezes até esverdeada, sendo muito comum o descolamento”.
Como prevenir e tratar? Sempre que possível, use sapatos abertos, roupas leves e de tecidos de algodão que absorvem melhor o suor. O tratamento pede medicações antifúngicas tópicas por tempo adequado e, em casos mais extensos, uso de antifúngicos orais. “Sempre investigando se a pessoa tem o sistema hepático (fígado) saudável, uma vez que os antifúngicos são metabolizados pelo fígado”, complementa a médica.
5. Dengue
O que é? Dengue, de acordo com a médica pediatra Débora Mosca Fernandes, é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Apresenta como sintomas: febre variando entre 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos e dor ao redor dos olhos. Esse é o quadro clássico, segundo a Dra. Débora. Ainda conforme a especialista, existem alguns sinais de alerta para gravidade: manchas vermelhas na pele, sangramentos pela mucosa oral ou nasal, pressão baixa e dor abdominal intensa.
Como prevenir? A melhor forma de prevenção é o combate ao vetor do vírus, ou seja, ao mosquito. “As campanhas alertam: evite o acúmulo de água em locais propícios para a criação do mosquito, como pneus, potes e vasos de plantas. É preciso manter um sistema de saneamento básico eficiente e a destinação correta do lixo”, complementa a Dra. Débora.
O tratamento da dengue consiste na hidratação do organismo de acordo com a gravidade dos sintomas. “A hidratação pode ser oral ou até intravenosa, quando mais grave, o que pede, nesse caso, internação hospitalar”, esclarece a médica. Também são indicados acompanhamento ambulatorial quando necessário, analgésicos e antitérmicos conforme a necessidade.
5 doenças mais comuns do verão e como preveni-las
Médicos dão dicas para evitar os principais problemas do período
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