A amamentação é um momento único e essencial para o desenvolvimento do bebê, mas algumas situações podem dificultar esse processo e gerar insegurança nas mães. Para te ajudar a enfrentar as principais dificuldades na hora de amamentar, confira a seguir os 9 problemas mais comuns relatados pelas mulheres e as orientações da equipe de Medicina Preventiva da Unimed Nordeste-RS de como agir nessas situações. Confira!

 

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Atenção: na dúvida, procure auxílio médico! É sempre importante lembrar que a mulher que está amamentando não deve deixar de procurar ajuda de profissionais de saúde quando perceber situações que atrapalhem e coloquem em risco o aleitamento materno. Essa ajuda pode ser encontrada no pediatra do bebê, em consultorias especializadas ou, ainda, no SOS Puérpera, serviço da Medicina Preventiva da Unimed Nordeste-RS para clientes Unimed, que fica disponível 24h por até 40 dias após o parto. Para saber mais, entre em contato com a nossa Medicina Preventiva, de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h40min, no telefone (54) 3289-9300. Fora desses horários, incluindo finais de semana e feriados, basta contatar diretamente a Unidade Materno-Infantil do Complexo Hospitalar Unimed, no (54) 3201-6335.

 

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1. Demora na descida do leite

A “descida do leite” ou apojadura pode demorar um pouco mais para acontecer para algumas mulheres devido a fatores hormonais, partos prematuros, obesidade materna e outros.

 

O que pode ser feito: nesses casos, é fundamental que a mulher se sinta confiante e conte com suporte da família e de sua rede de apoio. Algumas medidas podem ajudar, em especial a estimulação da mama com sucção frequente do bebê. Mas o apoio profissional é fundamental.

 

2. Criança com dificuldade inicial para sugar

Alguns bebês apresentam dificuldade para iniciar a amamentação nos primeiros dias de vida. Às vezes não sugam, resistem ao peito, choram, viram o rosto ou se jogam para trás quando colocados para mamar. Há também aqueles que tentam sugar, mas não conseguem abocanhar o mamilo e a aréola; alguns pegam a mama, mas não conseguem manter a pega; outros recusam um dos peitos ou são muito sonolentos.

 

O que pode ser feito:

- Suspender o uso de bicos de mamadeiras, silicone e chupetas;

- Utilizar apoio para as mamas muito grandes;

- Melhorar a pega e variar a posição do bebê no momento de amamentar podem ser medidas úteis.

 

Enquanto a criança estiver com dificuldade para sugar, recomenda-se fazer a retirada do leite do peito de forma manual ou com bomba, de 6 a 8 vezes ao longo do dia, e oferecer ao bebê o leite retirado. Isso poderá ajudar na produção do leite materno até a criança passar a sugar melhor. Baixe nosso Unibook gratuito e veja como fazer a retirada, armazenamento e como oferecer o leite materno ao bebê da forma correta.

 

Nestes casos, é importante que a mamada seja observada por um profissional de saúde logo após o nascimento do bebê e que a criança seja examinada cuidadosamente para verificar se possui alguma dificuldade que esteja interferindo neste processo.

 

3. Mamilo plano ou invertido

Essa condição pode, sim, dificultar a amamentação, mas não necessariamente impedi-la, já que a criança abocanha também a aréola.

 

O que pode ser feito: no pré-natal, não é recomendado fazer exercícios para os mamilos ou utilizar buchas e seringas para esticá-los, pois essas manobras não são efetivas e podem machucá-los. Após o nascimento, evite o uso de bicos de silicone, em vez disso, ajude o bebê a abocanhar o mamilo e a aréola e tentar diferentes posições para facilitar a pega. Se a mama estiver muito cheia, tente uma massagem delicada, em movimentos circulares, e retire um pouco de leite para que a aréola que mais macia.

 

 

4. Mamilos doloridos e/ou machucados

Nos primeiros dias após o parto, a mãe pode sentir os mamilos doloridos ou certo desconforto no início da mamada, mesmo não estando com o peito machucado, o que é considerado normal devido ao aumento da sensibilidade das mamas no final da gestação e início da amamentação. Porém, passada a primeira semana, a persistência de dor é um sinal de alerta.

 

Além disso, podem causar dor ou leves machucados:

 

- Problemas na sucção do bebê devido ao frênulo lingual curto (língua presa);

- O bebê ficar muito tempo sugando o peito após as mamadas sem retirar leite;

- Uso impróprio de bombas de extração;

- Tração do mamilo para interromper a mamada, quando necessário, sem o devido cuidado;

- Uso de cremes e óleos que podem causar reações alérgicas nos mamilos;

- Uso de bicos de silicone;

- Manter os mamilos úmidos, em contato com sutiã, fraldas, compressas de gaze e algodão com leite que tenha vazado;

- Infecção por fungo (candidíase).

 

O que pode ser feito: nestes casos, é importante ter bastante atenção para que o bebê tenha uma pega adequada. Também são medidas úteis: evitar o uso de sabão, álcool ou qualquer outro produto nos mamilos, bem como massagear as mamas e retirar um pouco de leite antes da mamada, caso a mama esteja muito cheia e dificulte a pega.

 

Se os mamilos já estiverem machucados, recomenda-se enxaguá-los com água limpa pelo menos uma vez ao dia a fim de evitar infecções. Lembre-se de secar delicadamente, assim a lubrificação natural será preservada. Alguns procedimentos podem ser úteis para diminuir a dor, como variar a posição das mamadas, reduzindo a pressão nos pontos dolorosos e iniciar a amamentação na mama não machucada ou menos machucada.

 

Fique atenta! Se a dor for intolerável, suspenda temporariamente a oferta de uma das mamas e retire o leite do peito manualmente para prevenir problemas maiores. Se os sintomas persistirem, é importante procurar a ajuda de profissionais de saúde para detectar a causa da dor e orientar sobre o tratamento mais indicado.

 

5. Ingurgitamento mamário ou “leite empedrado”

Outra dificuldade comum, principalmente nos primeiros dias de amamentação, é a mama produzir mais leite do que o bebê consegue mamar. Ficar com a “mama cheia” antes de o bebê mamar é normal e não requer nenhum tratamento. O problema é quando a mama começa a ficar muito cheia a ponto de a pele ficar esticada, muitas vezes endurecida ou com a presença de alguns caroços, processo denominado de ingurgitamento mamário, popularmente conhecido como “leite empedrado”.

 

O que pode ser feito: nessa situação, o primeiro passo é deixar o bebê mamar sempre que quiser, sem horários rígidos e sem pressa, para ele retirar o máximo de leite possível das mamas.

 

Outros procedimentos que podem ajudar:

 

- Fazer massagens com suaves movimentos circulares nas mamas e retirar um pouco de leite manualmente ou com bomba para facilitar a pega;

- Usar sutiã de alças largas e firmes para maior suporte.

 

Em situações mais graves, as mamas podem ficar bastante doloridas, inchadas e com a pele avermelhada e brilhante, podendo provocar febre e mal-estar. Nestes casos, profissionais de saúde podem ajudar a definir qual a melhor forma de resolver essa situação e a família deve encorajar a mulher no que é fundamental: manter a amamentação da criança.

 

6. Mastite

É o nome dado à inflamação da mama, que pode progredir ou não para uma infecção. Nessa situação, uma parte da mama fica inchada, avermelhada e dolorida, o que costuma causar dores no corpo, febre e mal-estar. Pode acontecer quando o leite fica muito tempo parado no peito e/ou através da rachadura no mamilo, que funciona como uma porta de entrada para bactérias.

 

O que pode ser feito: a mulher com sintomas de mastite deve procurar imediatamente um serviço de saúde para realizar o tratamento adequado. A amamentação não precisa ser interrompida durante o tratamento da mastite.

 

Veja também: você não está sozinha - confira como vencer as principais dificuldades da amamentação e a manter o autocuidado

 

7. Bloqueio de ductos lactíferos

Ductos lactíferos são os canais por onde o leite passa dentro da mama. Eles podem ficar bloqueados quando o leite produzido numa determinada área da mama, por alguma razão, não é drenado adequadamente. Em geral, a mulher com bloqueio de ductos lactíferos apresenta caroços localizados, sensíveis e dolorosos, acompanhados de dor, vermelhidão e calor na área afetada.

 

O que pode ser feito: qualquer medida que favoreça o esvaziamento da mama ajuda na prevenção do bloqueio de ductos lactíferos. Assim, uma técnica de amamentação adequada e mamadas frequentes reduzem a chance dessa complicação, como também o uso de sutiã que não bloqueie a drenagem do leite e a restrição ao uso de cremes nos mamilos.

 

Quando o bloqueio já aconteceu, mamadas frequentes, massagem, esvaziamento das mamas e utilização de distintas posições para amamentar, oferecendo primeiramente a mama afetada, com o queixo do bebê direcionado para a área afetada (o que facilita a retirada do leite do local), podem ajudar a resolver o problema.

 

8. “Pouco leite”

A sensação de ter pouco leite é a razão mais comum para a oferta de outros leites e alimentos à criança. É importante saber que a maioria das mulheres produz uma quantidade suficiente de leite, desde que a criança sugue com frequência, pelo tempo adequado e com uma pega correta, estimulando a produção do leite e o esvaziamento da mama.

 

O que pode ser feito: algumas medidas ajudam a aumentar a produção do leite, como:

 

- Ingerir água em quantidade suficiente;

- Consumir uma dieta saudável;

- Repousar, sempre que possível;

- Melhorar o posicionamento e a pega, se necessário;

- Evitar o uso de mamadeiras, chupetas e bicos de silicone;

- Aumentar a frequência das mamadas, inclusive durante à noite;

- Oferecer as duas mamas quando for amamentar;

- Massagear a mama durante as mamadas;

- Retirar o leite que fica na mama, manualmente ou com bomba;

- Dar tempo para o bebê mamar bastante em um dos peitos antes de trocar para o outro;

- Estimular a criança a sugar, fazendo carinho nos pezinhos, conversando com ela, retirando um pouco de sua roupa se ela estiver sonolenta ou se não sugar vigorosamente.

 

Além disso, existem controvérsias em relação ao uso de medicamentos para aumentar a produção de leite, sendo importante consultar o médico para avaliar cada situação. O choro ou outras reações de insatisfação do bebê não significam necessariamente que a mãe esteja com pouco leite. Se o bebê demonstra estar satisfeito, é ativo e responde aos estímulos, urina várias vezes ao dia e está crescendo, ganhando peso e se desenvolvendo adequadamente, não há problemas com a quantidade de leite produzida pela mãe.  

 

9. Hiperlactação

Ocorre quando a mulher produz mais leite do que o bebê consegue consumir. Embora não seja um problema, às vezes, pode provocar algumas dificuldades na amamentação. A criança pode ficar irritada, arquear o corpo para trás durante a mamada, engasgar-se, regurgitar, ficar “brigando” com o peito, além de gases e cólicas.

 

O que pode ser feito:

- Evitar retirar manualmente leite das mamas antes das mamadas e só fazer isso quando elas estiverem muito cheias, causando desconforto;

- Amamentar em apenas uma mama em cada mamada, retirando um pouco de leite da mama não usada, apenas para conforto da mãe;

- Não utilizar conchas, pois abafam as mamas e criam ambiente propício a fungos e bactérias;

- Colocar a criança para mamar em uma posição mais verticalizada, pois isso ajuda o bebê a ter mais controle sobre a mamada;

- Ficar em uma posição mais “deitada” ou de lado. Essas posições dificultam a ejeção do leite e, consequentemente, o fluxo diminui;

- Se o bebê se engasgar ou largar o peito, esperar que ele se restabeleça antes de colocá-lo novamente para mamar.

 

Em situações de muita produção, pode-se considerar doar o leite materno para um banco de leite humano.

 

A amamentação é um processo desafiador, mas com apoio familiar e profissional, é possível superar essas dificuldades. Lembre-se sempre de buscar ajuda médica caso enfrente problemas durante a amamentação. Você também pode conferir o nosso Unibook gratuito “Fortalencendo a Amamentação”, com dicas úteis para o dia a dia da mãe e do bebê selecionadas pelos profissionais do Grupo de Apoio e Incentivo ao Aleitamento Materno da Unidade Materno-Infantil da Unimed. Faça o download e confira!